“Mais fácil aprender a fazer algo de que se gosta ,
do que aprender a gostar de algo que se faz bem”
Eliseu Neto
do que aprender a gostar de algo que se faz bem”
Eliseu Neto
Segundo dados da Folha de São Paulo , apenas 42% dos estudantes brasileiros de ensino superior conseguem completar a faculdade. Segundo dados do Censo da Educação Superior 2003, há uma crescente defasagem entre o número de pessoas que entram nas universidades e que terminam seu curso.
Ao comparar, a partir dos microdados do Censo do IBGE de 2000, a profissão de 3,5 milhões de trabalhadores formados em 21 áreas diferentes, os pesquisadores descobriram que a maioria deles, mais precisamente 53%, está hoje numa profissão distinta daquela para a qual se preparou. A situação varia conforme a carreira. Em enfermagem, o índice é de 84%. Em geografia, é de só 1%.
Fazendo a soma desses fatores, conseguimos atribuir que somente ¼ das pessoas que escolhem uma profissão, irão realmente trabalhar naquilo que escolheram, outros ¾ vão escolher outros caminhos profissionais.
Logicamente sabemos que a escolha profissional, não é algo rígido, que essas mudanças podem acontecer e são absolutamente “normais”. O que nos preocupa é o grande número em que isso acontece no Brasil.
Um dos grandes fatores para esses dados, é a falta de uma adequada orientação profissional.
Temos uma visão distorcida, de que somente quem tem dúvidas sobre a profissão é que deve buscar auxilio. Enquanto na realidade a ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL é uma medida preventiva, que visa auxiliar o jovem no processo de maturação em relação à escolha. Muitas vezes o jovem pensa que não tem dúvidas, por que não verificou todas as possibilidades e tem uma relação fantasiosa com àquela profissão desejada.
No Brasil temos mais de 200 cursos universitários, somados com os novíssimos cursos de Tecnólogos e ainda os cursos técnicos, sem falarmos das profissões informais (O Ministério do Trabalho, através da Classificação Brasileira de Ocupações cita 2.422 profissões). Isso tudo, somado a uma cada vez mais precoce entrada na Universidade gera essa dificuldade em escolher.
Assim, um adolescente de 16 anos, vê-se na situação de escolher entre todas essas possibilidades. Sem um processo adequado de ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, ele acaba escolhendo aquelas que conhece mais, ou as mais prestigiadas.Prova disso é que Levantamento do Instituto Nacional de Educação Superior (Inep), do MEC, mostra que apenas seis cursos representaram 52,2% do total de matrículas em 2004: administração (14,9%, com 620.718 matrículas), direito (12,8% e 533.317), pedagogia (9,3% e 388.350), engenharias (5,9% e 247.478), letras (4,7% e 194.319) e comunicação (4,6% e 189.644).